22.8.08

Sentidos

As pessoas já não olham mais ao redor. Se é que um dia olharam. "Pra quê?" "Não tenho tempo nem paciência". Já não dão (tanta) importância aos pombos e aos balões. Olhar para o céu, só em caso de avião, helicóptero ou suicídio. Olhando pra baixo, às vezes, demais.
Não estão vendo o que é belo. Só quando é muito, é estranho, ou o feio, quando assusta. Longe dos olhos, perto do coração? Ou vice-versa.
Admirar? Cobiçar? Quais os limites? E tudo na cidade segue uma linearidade tão sinuosa, ou então um sinuoso tão linear, que fica perdida a idéia de ser, estar diferente, realmente. Esquisito, melhor dizendo.
E essa segurança insegura, com uma insegurança tão confiável, que nos envolve a quase todo momento - pelo menos aos mais sensíveis.
O amor, sempre conveniente. Tá certo, não tão cruel, quase sempre, mas nunca incondicional. Quase nunca? Que provem o contrário.
E mais um expresso-para-os-lugares-de-sempre, sempre iguais e nem sempre diferentes, vem chegando. É melhor eu ir agora, me unir aos transeuntes: pelo menos, nesse caso, não tem um outro jeito, o que vale é o fluxo.

1 Grito(s):

At 24/8/08 01:23, Blogger Mari Bortz said...

Segue, né?
O amor, sempre conveniente. É, o amor vitrine, que cabe no bolso, mercadoria. Aiai, que louca coisa. Muito pensei nisso esses dias. Numa mesa, num café, na Paulista. Nóis inda cunversa.

Tudo que se podia esperar de Tiago. Sensacional. Lindo e forte. Essa cidade precisa acontecer, fi, tá aí, tudim. Alilás, descobri que um amigo está com uma d50 (a digital das digitais, super-ultra-mega-bacana-profissa)empoeirando no armário. Já escalei.

Beijo.

 

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