22.9.04

Sentidos

Paro, olho, escuto.
Aflorados estão os meus sentidos.
Desesperado, corro até onde você parece estar.
E te vejo, com toda a serenidade que lhe é peculiar.
Já não mais posso te dar aquilo que, um dia,
Quis viver, contigo e só contigo.
Mas, qual a minha surpresa
Ao saber de ti,
Naquilo que parecia ser a última canção,
Que ainda podemos acreditar
Naquilo que para mim já não mais era possível,
Naquilo que já parecia milhas distante de meus pensamentos.
Tua boca, ao sorrir, me traz imenso contentamento,
Me faz crer que estarás, corpo e alma, ao meu lado.
E, apesar de meus sentidos estarem inebriados
Com a volta do intenso sentir que é o Amor,
Ainda consigo enxergar, com as tuas mãos entrelaçadas às minhas,
Outro sentido, sem impedimentos,
De um longo caminho, ainda longínquo,
Que tende a ficar mais e mais próximo
Através do nosso único guia,
A nossa, inata, luz.