30.3.06

Tema inconseqüente para final de novela (crônica inexata das rotinas)

Distância, de onde sou vítima, dos lugares aonde forças, maiores, querem ser imponentes. Se já não tento te falar tudo o que penso e sinto, talvez seja por acreditar que o seu tempo é mais precioso que o meu.

E mais um trem vem chegando.

Carros passando, noites, dias.

Meses.

Anos.

Vidas?

Sim, porque já não sei até quando esperar o equilíbrio. A melhor hora chegar. Ter coragem. Ah, mas é verdade – é preciso ser forte. Mesmo quando é necessário lidar com a confusão de voltar por todo o caminho – imaginário, talvez – já percorrido. Mesmo estando à frente, pensando diferente.

Diferenças? Será que elas importam tanto? “Olá, linda; adeus, até nenhum dia.” Ah, o que um olhar efêmero pode dizer... Ou não. Incompleto. Assoviam uma música, cantam sua linda letra, sem saber seu significado. “Eu te amo.” Quais condições? Esperança, desilusão. Amar o amor. Certezas? “Besteira, o que vale é viver a vida.” Em uma mesa, passatempo. Consideram a mim como eu os considero? Colegas. Amigos. Convivência. Preocupar-se. Mas o que têm real significado? Surpresas.

Pessimismo – pra quê? “A vida é passageira”. Dias, noites longas. Correria. O que me dizem. O que pensam de mim. Nada muda. “É preciso ser alguém.” Pensamentos, discussões, não alimentam. Às vezes, nem ações. Valores. Alguém perdido. Até quando você esperaria?

E porque não desafiar o que está inerte? Ser um pouco mais compreensivo, sem ser óbvio demais ou acabar escorraçado? Sim, fazer valer o bom-senso. Estar consciente de que não existe só escassez ou só fartura – nossos vícios nos deixam adeptos à cegueira.

Vencer. Quantificar. “A emoção não é palpável." Dizem que a Física explica. Perdidos. ... ou apenas se convencer de que tudo... é assim? Os bons exemplos. O maniqueísmo. Divertir-se, fazer valer o momento. De verdade. Só cada um sabe. De algum jeito. Qualquer.

Blasfemar, se for preciso.

Não se machuque.

Nem tudo termina, assim, com um tempo especificado.

Nem todos os finais são felizes.

O futuro.

Imperfeição.

Mãos, beijos, histórias, abraços.

Compaixão. Decisão. Reflexão. Desordem.

Não, não existe desperdício. Acorde, somos mais de um.