Coloquial
Vez ou outra, percebo
Que caio em mim - me vejo,
Sofrendo as ações da Vida,
Amando
Andando
Sorrindo
Correndo
Errando
E então nem todos os acertos são contados
Mas quase todos os equívocos são cobrados.
Deixo a luz ofuscar minha visão.
E então, os tempos de outrora
Não voltam, mas são reciclados,
Como em um grande redemoinho;
Não se trata de ser bom ou mesquinho:
Nada que parece é tão finito assim.
E com o coração às alturas,
Com as melhores intenções que talvez
Estejam no Inferno,
Passo pelas pessoas,
Tentando
Expressando
Entendendo
Mas nem sempre esperando:
Nem todo arco-íris deve guardar um pote de ouro.
Em todos os bons e maus momentos,
Não quero partir de princípios
Nem mostrar diferenças;
É como colorir nuvens,
Sentir a eufonia,
Demonstrar tristeza, alegria
Sem esperar recompensa.
Mas, tem gente que pensa,
Nem todo crime compensa.
E então, o cego consegue notar
Que a visão pode ouvir,
E que nem tudo está perdido;
Só lá do Espaço, dizem, é possível,
Ver a Terra como ela é mesmo,
Por fora:
Este azul não é tão triste.
Experimento nascer ao morrer do dia,
E ressuscitar ao nascer da noite.
Mesmo sem nenhum pássaro na mão,
Tento olhar a compaixão
No vôo alto, altivo
Levantando
Transformando
Explodindo
Para que tudo, todos
Consigam enxergar.
Só é preciso tempo para compreender.